8 de março de 2014

OS SONHOS DE UMA GERAÇÃO


- Tais Luso de Carvalho

Hoje em dia o que mais rola na mídia são textos curtos, impactantes e nada de falar de coisas simples, fantasias ingênuas ou sonhos de outrora. Hoje é amassar o papel e esperar jorrar sangue. Ou lágrimas.

Na minha cabeça sonhos e metas são diferentes. Os sonhos da minha geração eram tão valiosos  que se tornavam inatingíveis. E não tinham preço. No meu tempo de criança as coisas eram mais simples – mas não menos importantes. Deixaram em nós uma estrutura mais romântica.

Mas sobrevivi às mudanças de um mundo onde todos  sonhavam. Dele, pulamos para outro que se tornou uma aldeia onde podemos assistir uma guerra pela televisão, sentados. Tipo Sessão Pipoca. A violência banalizou demais.  Virou escola.

O romantismo sumiu. O que interessa não são mais as coisas simples da vida, e sim contar e mostrar o terror: as guerras, a violência dos vândalos destruindo cidades e uma valiosa história.

Agora, no século 21, ainda vemos coisas escabrosas que estão aparecendo na Igreja Católica; assistimos potentes bombas que arrasaram quarteirões e soterram pessoas e acompanhamos os capítulos da misteriosa  novela Mensalão – a novela mais longa do mundo. E, em minutos ficamos sabendo até de um caso hilário: o aniversário da mulher do Obama, cujo convite pedia a todos que fossem  à sua festinha de aniversário com o bucho cheio, ou melhor, já jantados. E outras coisas muito mais estranhas de gente um pouco despirocada. E tudo isso e muito mais, desperta nossa atenção. Tudo que é anormal lá estamos nós catando, desvendando, mais e mais.

Em minutos ficamos sabendo, no mundo inteiro, quem matou quem; quem roubou e saiu-se bem; quem degolou quem e quem roubou a mulher do próximo. E por aí vai. Coisas do arco. Da mídia.

Lembro de um poema do amigo blogueiro, Jair Machado Rodrigues, falando nas nuvens… E fiquei com a ideia na mente. Nem eu pensava mais nas nuvens. Hoje não se ouve mais falar e nem se sonha com nuvens, com a lua e com as estrelas. Apenas se escuta que cairá um toró que inundará a cidade ou um diluvio  beirando o Apocalipse. Isso sim interessa. Nosso mundo mudou. Caiu – cantado na bela voz de Maysa...

Quem já não deitou na relva, quando criança, e ficou a olhar rostos de gente ou cara de bichinhos se movimentando entre as nuvens? Que gente estranha eram aquelas! E que fantástica sensação em olhar as nuvens formarem mais e mais rostos diferentes. Aquilo fazia parte dos meus sonhos. Coisas tão simples.

Bons tempos em que eu ficava na praia, olhando e perguntando ao meu pai o que havia lá longe, naquela linha do horizonte, onde céu e mar se encontravam. Aquela linha infinita e misteriosa que me fascinava, também fazia parte dos meus sonhos. E com esse mar bravo aqui do sul, nunca esqueci do poema de Casimiro de Abreu, chamado 'Deus', que naquela época já amei. Quantos livros li, quando criança, que me faziam sonhar, imaginar coisas tão belas.

Hoje, os sonhos são diferentes, materializaram-se e ficaram fáceis, viraram metas que o dinheiro compra. Deixamos de ser ingênuos. As mulheres pegam duro, trabalham dois turnos, ficaram independentes e os filhos nas creches. O marido passou a ajudar: passou a também lavar, passar e, às vezes, cozinha nos fins de semana… E logicamente também trabalhando fora. Tudo é dividido. Não sei se a vida ficou mais fácil apesar de se viver apertando botões!

Mas aqueles sonhos da minha infância ficaram lá nas nuvens nos olhando, ora sorrindo pela nossa evolução, ora chorando pelas nossas perdas. Abanando saudosos. E talvez perguntando no que vai dar tudo isso.

E tristes, pois nenhum de nós deita mais na relva  para olhá-los. Não há mais tempo para descobrirmos o homem de barba, o carneirinho… Agora é a vez de ver os extermínios nos jogos dos Smartfones… O zelador do meu prédio nem vê quando chego carregada de sacolas, fica lá matando centenas de virtuais. Mas não faz falta.

Os sonhos da minha geração tinham encanto. Mas isso passou e não levará muito para irmos passear na Lua, em Marte… Antes um sonho absurdo. Imaginem, daqui a algum tempo, poderemos embarcar num ônibus nuclear para passear numa esfera prateada, bela e enigmática que iluminava as noites dos enamorados.

Hoje, aquela lua dos enamorados reina, apenas, como a musa dos poetas – os únicos que ainda conseguem sonhar.





43 comentários:

  1. Sinais dos tempos. Hoje é cada um por si, é a lei da concorrência, tudo muito natural. Nunca se conversou tanto: Celulares, mídias sociais, e nunca estivemos tão isolados, indiferentes. A moda dita os comportamentos. Há um apatia no ar, um vivendo por viver. Um tédio enorme nos domingos.

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    1. Falou certinho, Fábio... Um tédio enorme aos domingos. Por que será que acontece isso justamente nos domingos?
      Hoje fui numa sorveteria: o pai estava mandando mensagens, a filha lendo, ali, cada um na 'sua'. E como você sabe, fiquei de olho para ver quanto tempo aquela solidão a dois demorava... Um mundo!
      Beijo.

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  2. Que lindo,Tais! E sabes, não podemos mesmo nos deixar levar apenas pelas tragédias e coisas horrorosas que acontecem ou JOGAM na mídia diante de nossos olhos, SE PERMITIRMOS!


    Por isso, adoro ainda hoje olhar os céus, ver, estudá-lo, ouvir o que as nuvens podem me dizer. Adoro tanto que nem sei se sabes, tenho um blog só pra eles. http://ceuepalavras.blogspot.com.br/

    Nunca mando links pra ninguém ,mas aqui, o tema é pertinente! Vamos continuar a sonhar, olhar pro céu, sobretudo agradecer ...beijos,chica

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    1. Não sabia desse teu blog, agora já sei! Muito lindinho, ali dá para sonhar...
      Já estou lá te seguindo!
      Beijo.

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  3. Tais, li e reli o explanado a fazer pensar. Pensar que aqui não diferente, o mundão mudou, não é mais o nosso mundo dos de há bastantes anos. Os mídia estão assim a podendo vender emoções fortes, as que agora estão a ter mercado. A ingenuidade perdura, ainda deixa ir embalando por quem vale zero. Restam os poetas, os sonhadores, a procurar formas de ver a lua e estelas a contrastar com o azul do mar.
    Ah e um certo sentido otimista da vida!
    abraços

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    1. Grande abraço, querido amigo de Portugal! Seus poemas são dotados de muita sensibilidade. Obrigada pela sua presença.

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  4. O MEU SÉTIMO LIVRO “SONHO EMOÇÃO E POESIA”.
    O livro, como todos os livros escritos por mim, estão bem abalizados por vários leitores. São esses, a quem o livro se dirige que podem ter a palavra, já que o autor, ao fazer o elogio, pode sempre ser considerado suspeito.
    Um livro, uma obra, é acima de tudo uma proposta feita aos possíveis leitores.
    O autor, como académico, pertence à ALAF – ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE FORTALEZA, CEARÁ.
    Para o Brasil, Chamo a atenção que Banco Postal, que há um em todas as capitais estatais (em cerca de 600 cidades), que faz o cambio e envio do custo, neste caso de 10.00 €uros, o seu custo
    Peça, enviando morada para: dan.costa@zonmail.pt – Receba o livro, envie pagamento depois.

    PARA APERITIVO LEIA ABAIXO, UM POEMA DO LIVRO:



    PRIMAVERA DA VIDA

    Façamos dos nossos dias uma alvorada
    Estejamos sempre na Primavera da vida
    Esta terá de ser sempre amada
    Viver é como sentir o perfume da giesta
    Que dela sejamos sempre enamorados
    Para que andemos em contínua festa
    Vivamos sempre o amor com ditos e piropos
    Ainda que a desgraça que no mundo grassa
    Seja de nos trazer loucos
    Devemos dar exemplos de alegria
    Para vergonha de muitos governantes taralhocos
    Que se julgam fadados para a mestria
    Porém acabam por comandar naves
    Ocas, que mais ocas transformam a cada dia
    Revelam desamor pelo mundo
    Revelando muita cobardia
    Apenas sabem conduzir um mundo muito seu
    Onde só exista a sua mordomia
    Procuremos sempre amar
    Esmagar com optimismo tanta fantasia
    Que por nós passa, como se fosse graça
    De quem julga saber de alquimia
    Como se vivesse noutro planeta
    Onde não houvesse a luz do dia
    Façamos da vida uma permanente Primavera
    Aprendamos a ser modernos
    Gritemos bem alto: estamos noutra Era!...
    Tenhamos amores sempre modernos e eternos
    Que a Primavera da vida seja pura alegria quisera
    Um mundo vivificado
    Não uma permanente quimera!

    Daniel Costa

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  5. Amei seu texto.
    Já escrevi e falo sempre para meus alunos da banalização da violência, do sexo, da corrupção...
    Também sou do "seu tempo"
    Abraços

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  6. Profunda reflexão de um tempo nosso... Os nossos de hoje já não mais valorizam cenas assim... Viajar nas nuvens... era delicioso mesmo... Hoje, filhos e netos vaijam, se deixarmos ou não, na maionese... pagamos "mico" junto a eles e riem de nós... Enfim, vivi, vivemos... e tenho o privilégio de ainda olhara a lua e as estrelas... sonhar mesmo que seja com as palvras que me encantam, como por exemplo, na leitura dessa sua bela crônica, Taís!
    Abraços.

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    1. É, Célia, cada um vivendo tempos diferentes, mas nunca conseguimos esquecer o que nos marcou. Obrigada pelas suas palavras!
      Um abraço!

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  7. Triste, Tais, que nós sentamos mesmo no sofá e assistimos não só a realidade, mas agora também aplaudimos a ficção, que cada vez mais tem mostrado situações que nós consideramos normalíssimas e que são assustadoramente verossimilhantes.
    O problema é que tudo ficou mais fácil pra uma parcela da população. E a distração, agora, é altamente informatizada. Não deixamos tempo pra sonhar com a vida natural, projetamos em quantas parcelas vamos comprar o note novo, o smartphone... Daí quando a gente compra, bota lá um plano de fundo com uma paisagem natural linda e consideramos nunca mais precisar ver uma de verdade.
    Há alguns meses, vi uma notícia sobre a alta poluição no Japão. Colocaram telões para que a população pudesse assistir ao por-do-sol. Artificial demais e muito lamentável!

    Beijos

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    1. Sentamos no sofá para assistirmos a realidade, antes ficção! Triste, não?
      Beijos, querido amigo.

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  8. Taís,
    seu texto poético faz a gente sonhar!
    Que beleza!
    Um grande abraço, Loyde manda beijos

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    1. Olá, Antonio, que bom você aqui. Muito obrigada, você sempre gentil!
      Mando um beijo pra querida Loyde, também.
      Abraços.

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  9. Olá Taís! Adorei a crônica! Bela e profunda! Ainda hoje olho para as nuvens e me encanto com as mais belas e diversas imagens que elas nos presenteia. Quanto ao sonho, tenho a dizer o seguinte: "Sonhar é um dos nossos direitos que ainda não foi confiscado."

    Abraços e uma ótima semana para ti e família.

    Furtado.

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    1. É, Furtado, continuamos sonhando na medida do possível.
      Grande abraço,obrigada pela sua presença sempre bem-vinda.

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  10. Ah, Tais, eu fui lendo e vendo o quanto sentimos coisas semelhantes, e, feliz, constatei que ainda me encanto com a lua, o por do sol, as nuvens no céu azul de brigadeiro - e quer saber, foi aí no RS que, recentemente, me vi registrando os mais lindos entardeceres, a lua cheia nascendo e tomando conta da Lagoa, e, sentada num jardim mágico, observei as nuvens se movendo sugerindo figuras, tal como na minha meninice, adolescência romântica (que persiste...rs)... apesar da nossa realidade massificada da solidão compartilhada a um click - estando no mesmo ambiente - ainda vejo muita gente sonhando, construindo a realidade que quer viver, de um jeito bonito e inspirador... talvez por ser de uma geração que aprendeu a sonhar e não abre mão... enfim, adorei vir te visitar e me sentir assim!
    Bjos, amigaúcha querida!

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    1. Querida Denise, nós aprendemos a sonhar, assim passamos nossa adolescência. O que não quero aprender é ter como prioridade esses sentimentos virtuais de agora. Aprendi a usá-los, mas na medida certa.
      Grande beijo, sempre obrigada pelo teu carinho.

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  11. Tais, vez ou outra me pego olhando o formato das nuvens, resquício da infância. E creio que meus sobrinhos nunca fizeram isso. O belo está perdendo lugar para o dolorido e feio, em termos de contemplação. Quando criança, brincávamos com amigos reais e nem tínhamos televisão. Não ouvia notícias sobre crimes (embora, certamente, ocorressem) porque esse assunto não fazia parte da rotina familiar. Atualmente, a palavra que mais ouço é "quero" e vejo a maioria sonhando com bens materiais. Crianças e jovens não têm aprendido a sonhar, não da forma simples com que eles nos chegavam. Temos lembranças ricas, um grande presente. Bjs.

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    1. E como lucrou a nossa geração! Que lembranças terão essa agora, a dos nossos filhos, netos...? Já nascem teclando! Interagindo com uma máquina. Nunca construirão um jardim, jamais brincarão de lojinhas, amarelinha, bonecas... Serão gênios em informática! Mas são outros tempos, cada um na sua! Adoro minha geração.

      Beijos, Marilene.

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  12. Que maravilha ainda manter os sonhos...Falar dos sonhos!
    Acredito que o sonho seja nossa fé latente, nossa esperança, as nuances de uma realidade mais colorida.
    Morei num lugar quando criança, em que todas as tardinhas eu ficava olhando o sol brincando de esconde-esconde atrás dos coqueiros, tive esse privilégio...As flores dos jardins são lindíssimas, mas as silvestres que tive oportunidade de ver, eram encantadoras...Amei Tais!Ás vezes sinto que não fossem essas maravilhas que tenho guardado na memória,a vida me seria bem mais triste...Um beijo!

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    1. Sabe, Izildinha, essas coisas que você fala serviram de anticorpos para nossas frustrações, nossos problemas. Acho que com o desenvolvimento de nossa sensibilidade, ficamos mais fortes, prevenidos, defensivos. Tivemos chance de desenvolver mais capacidades, penso eu.
      Grande beijo! Adorei você aqui.

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  13. Belo texto Tais. (xara de minha sobrinha amada). Na dolescenci eu "viajava" pelo espaço nos contos de ficção cientifica de Isaac Asimov, Jimi Jieux e outros nomes de FC. Lembro de um livro chamado "15 anos em Marte" onde a psicologia humana é analisada atraves do personagem isolado da humanidade, com suas manias e sonhos. Hoje com mais de 60 anos não tenho mais sonhos. Sou mais objetivo porque ja não tenho "tempo a perder" com isso. Mas não corto de minha filha e neta o direito de sonhar. Parece que sonhar de olhos abertos é o motor que motiva os humanos e conquistar coisas importantes,. Minha filha , formada na faculdade faz ten mpo, esta prestes a inicra mais um curso de aprefeiçoamento profissional no que conta com nosso apoio e estimulo.Agora.. que sonhr um pouco ajuda a manter nossa mente saudável, la isso ajuda.

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    1. SIG, tudo certo, mas só estranhei quando você diz:
      "Hoje com mais de 60 anos não tenho mais sonhos. Sou mais objetivo porque já não tenho "tempo a perder" com isso."

      Sonhos não podem morrer, amigo, renascem sempre! Sonhar ou relembrar não é perder tempo, é ganhar, reconstruir, E não podemos sonhar pelos outros! Ajudar, estimular é uma coisa, sonhar é outra!
      Sonhe. A vida fica mais bela. Mesmo seus sonhos de criança.

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    2. Bem observado Tais. Li em algum lugar quqe quando sonhamos nossos olhos se moven rapidamente. O chamado movimento REM (Rapid Eye Moviment). Numa experiencia feita ha anos, os pesquisadores acordavam as pessoas assim que elas começavam a sonhar desse modo impedindo essa função natural. Em coisa de 15 a 20 dias os pacientes começaram a apresentar sintomas de esquizofrenia. Depois que voltaram a sonhar a situação se normalizou. O ser humano é mesmo "muito doido" , não?
      PS: agora minha digitação melhorou e o teclado novo ajuda muito rsrsrsr
      Abraços fraternos

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  14. Minha querida amiga Tais, antes e começar a ler teu post fiquei um tempo admirando a obra surreal e digna de um sonho que ilustra este post. Sonho, sempre vivi meio embriagado disso, na infância nem se fala, mas infelizmente este tempo tende a apagar qualquer possibilidade de um sonho simples, porque o que importa é ter sonhos que se possam comprar, sonhos de praticidade, que explicas muito bem neste post. Um situação que contas e vivo isso, mais ou menos, um guardinha de um posto de um banco que fica no meu trabalho, desde que vi ele com um celular ou sei lá o quê, que pega internet, só fico esperando os ladrões entrarem no banquinho e levarem tudo, e ele parado fuxicando no celular rs...A rapidez com que ser quer tudo hoje em dia, o que bomba agora na net, logo depois deixar de ser...acho estranho isso, esta pressa acaba com qualquer sonho. As guerras, lembra da do Iraque, eu não acreditei que estava vendo pela televisão uma guerra de verdade, mas isto já é antigo, agora temos esta lista de desgraças que nos conta e mais um pouco. Adorei a Sessão Pipoca, achei engraçado, mas é cruel e verdadeiro. Amiga Tais, apesar de tudo que passo e vivo, ainda vislumbro algo de bom, e olha que sou bem pessimista, mas tuas palavras me ajudaram a não ser tão negativo: “ninguém gostará tanto de nós como nós mesmos! “ não esquecerei nunca mais isso, e não esquecerei também a citação de meu blog, de um poema que me fez tão feliz com as visitas que tive, inclusive a tua e vendo que esta perfeitamente inserido no teu contexto, me deixa muito lisonjeado. Agora me permitirei sonhar por toda esta semana ou toda a minha vida, pois estarei lendo este post todos os dias. Obrigado amiga.
    ps. Meu carinho meu respeito e meu abraço.

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    1. Esse foi o poema do amigo Jair que inspirou essa minha crônica. Sem dúvida, quando a li resgatei meus antigos sonhos - talvez também esquecidos. Tenho certeza que pude voltar à minha infância e resgatar minhas lembranças adormecidas, talvez um pouco de minha alma de criança. Obrigada, amigo, seja feliz!

      "Tenho feito buscas de nuvens
      as perdidas
      as distantes
      na memória, nos instantes
      em que o tempo parou.
      Tenho sonhado com nuvens
      em que pulo de uma em uma
      e olho do céu a terra
      e vejo o menino deitado no chão,
      olhando nuvens e sorrindo,
      brincando com os carneiros do céu,
      (que são as nuvens que pulo).
      Tenho tentado as sombras das nuvens
      abaixo do Sol escaldante,
      para que eu siga
      para que eu diga
      que há uma nuvem guardada no fundo da memória,
      e nela está minha infância perdida."

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  15. Very interesting and impressive ...
    Greetings.

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    1. Grande abraço, querida amiga!
      Obrigada pela presença, daí de tão longe!

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  16. ..estou recuperando o fôlego, depois da leitura sôfrega de mais
    esta bela crónica....Comentários para quê...??É uma cronica da Taís...!!
    Abraço

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    1. Você sempre gentil, hein Andrade??? Aliás, como um bom português!
      Abraços, amigo, obrigada, sua presença aqui é sempre querida.

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  17. Pois é amiga Tais, também gostei muito do poema do Jair. Também sou amarrado em nuvens. Também cresci sonhando; curtindo a natureza, lendo e olhando as nuvens. Quando chovia, eu procurava as janelas e ficava muito tempo, olhando a sobreposição das nuvens no céu. Eu também ficava perguntando o que havia além da linha do horizonte sobre o água da lagoa ou do mar. Hoje sinto saudade enorme das histórias que o meu pai contava. Histórias extraídas das leituras. Aprendi a gostar de ler com ele. Lembro, que devia ter uns quatro ou cinco anos e sentava ao lado do meu pai, enquanto ele lia. Quando fechava o livro, traduzia, digo simplificava o resumo da leitura até o nível do meu entendimento... Eu ficava doido...Quando aprendi a ler incomodava o velho (ele ainda bem novo) perguntando sobre aquilo que não entendia devido minha limitação e ele com a maior paciência do mundo a me ajudar com alegria nos olhos.... Enfim, um quadro inesquecível. E hoje, parece que apenas os poetas e os doidos varridos ainda sonham.
    Um abraço. Tenhas uma linda tarde.

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  18. Pois é, Dilmar, também aprendi a gostar de ler com meu pai - que além de profissional liberal era escritor. Portanto minha maior satisfação é ficar horas dentro de uma livraria, descobrindo, procurando, conhecendo... Enquanto meu pai ficava atendendo seus clientes, em seu consultório, eu na salinha ao lado, lendo poemas e histórias infantis. Não existia celular, era maravilhoso!

    Um abraço!

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  19. Taís querida, excelente crônica, boas colocações.
    Quando você falou nas nuvens, pensei: quantos perderam o hábito de
    olhar para o céu tb... Hoje estamos muito modernizado, isso é bom, mas nos afasta
    um pouco (ou muito) das coisas simples, de uma conversa com um familiar, com o vizinho,
    com um colega. Pois é minha amiga, o negocio é sério e muitos ainda não perceberam.

    Abraços

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    1. Oi, Carlos, pois é, acho que essa modernidade toda, esse aparato fantástico, veio para contribuir em algumas coisas, facilitar a vida, mas em outras está nos tirando. Já há um certo exagero, um distanciamento que antes não havia. Distanciamento de sentimentos, de trocas, de companheirismo daquele amigo que você contava quando precisava.

      Abraços, Carlos, obrigada pela sua presença, sempre bem-vinda!

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  20. Parabéns pela linda crônica, Tais!
    'Soudessas' que ainda procura imagens nas nuvens e sorri lembrando do tempo de criança. Sou apaixonada pela lua, pelas estrelas, pelo pôr do sol e me encanto diante de belas paisagens, procurando sempre congelar momentos felizes através das minhas lentes fotográficas. Tudo mudou, é verdade. As gerações sequer se entendem e se respeitam como em nosso tempo. O consumismo impera, as desgraças ganham as telas dos telejornais e a vida alheia é esmiuçada através das redes sociais. Lamento pelos que não viveram um tempo tão simples e tão feliz quanto o nosso. Lembro-me neste instante dos dias em que viajei, no mês passado. Estávamos diante de um mar maravilhoso e de uma vista dos deuses e para todo lado que eu olhava só via os jovens e alguns adultos agarrados ao celular, checando mensagens ou se comunicando via rede social. Que desperdício! Sonhos fazem parte da vida e a motivam. Só que os sonhos de hoje não possuem magia, pois quase todos se voltam para o materialismo. Ainda vejo gente sonhar com causas nobres e belas e que se encantam com a beleza da simplicidade. Continuo sonhando, fantasiando, relembrando e procurando resgatar sonhos de outrora.

    Beijo.

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    1. Sabe, Vera, dou graças a Deus por ter tido minha formação numa época em que não havia celular e assemelhados. Cresci lendo, inventando, brincando. Tive vida. Hoje você vê uma turma de amigos num bar, cada um com seu Smartphone. Que amizade é essa? Que sonhos essa meninada pode ter? De comprar o top dos Smartphone?
      Não digo que essa modernidade não trouxe coisas muito boas, mas acho que o exagero chegou junto!

      Beijão!!

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  21. Olá,Taís,
    Bela e deliciosa crônica...
    Hummm, o que comentar...
    ... sim, os sonhos fazem parte da existência humana, assim como as visões e aspirações.Os poetas são e muitos outros foram grandes sonhadores , que tiveram grandes projetos,porque viveram grandes sonhos que mudaram a história. Sonhos que trouxeram esperanças nas perdas,renovaram as forças nas derrotas...Hoje, o mundo está muito diferente. Passando por uma transformação sem precedentes. Tanto que na sociedade em que estamos inseridos,os jovens desejam muito, mas sonham pouco. A juventude está muito ansiosa,estressada,consumista e sem paciência até para olhar o formato das nuvens.. E até as amizades surgidas da democratização da tecnologia não exigem qualquer envolvimento real ... o que torna tudo muito superficial, não apenas nos relacionamentos , mas também no empenho em outros campos da vida.Tudo se torna banal. É a realidade da atual sociedade que vivemos...enfim, vivemos dias tão perigosos, em que urge que busquemos discernimento, para não sermos pegos em armadilhas sob a forma de sonhos...
    Obrigado pelo carinho, belo dia, beijos!

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    1. Oi, Junior, seu comentário completa muito a minha crônica! Você disse coisas muito verdadeiras acerca da virtualidade em que todos nós nos encontramos. Tem seu lado bom, democrático, mas muito perigoso se não soubermos andar sobre os tais 'cristais'... O que não conseguimos observar com os olhos, temos de redobrar a observação através da percepção e dos sentimentos reais.

      Valeu muito seu comentário!
      Beijos!

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  22. Anônimo15:45

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  23. Querida Tais

    Interesante crónica ¡Cuantas verdades contiene!

    Crónicas como la tuya nos hace reflexionar y ver que con el progreso hemos conseguido que las personas sueñen menos y dejen de imaginar.
    Como bien dices, cuando éramos pequeños, las noticias nos llegaban sin imágenes y teníamos que imaginar como habían sucedido, montándonos nuestra propia película de los acontecimientos. Ahora la información nos la facilitan llena de detalles e imágenes, por lo que creo que nuestro cerebro debe de haberse modificado, estimulando algunas de sus partes y relajándose otras.
    Recuerdo los comentarios de mi abuela cuando era pequeña y creo que cada generación se ha “sorprendido” por los cambios que el paso del tiempo produce.
    Gracias por hacerme pensar.
    Felicidades y un fuerte abrazo

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    1. Olá, querida Amelia, agradeço e fico muito contente pela sua presença muito querida neste blog!
      Um grande abraço, meu carinho aqui do sul do Brasil.

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís