29 de setembro de 2017

O DIA ESPECIAL



                         - Tais Luso de  Carvalho

       Hoje abordo um assunto que sempre chamou  minha atenção. Ter mais idade tem lá algumas vantagens, ficamos mais acesos, mais seletivos. As bobagens, certas futilidades tendem a desaparecer. Se assim não fosse seria sacanagem! A vida não pode ser madrasta, pode dar uma de mãezona: 'cuide ali, vá por aqui, não entre em frias...'
Lembro de um amigo nosso que possuía uma boa adega, por onde andava  comprava excelentes vinhos. Mas guardava os de melhor safra  para tomar com amigos e  parentes, sempre numa data especial. Uma data que merecesse aquela bebida dos deuses. Os melhores eram reservados para um Dia Especial!
Um dia esse amigo faleceu e os seus melhores vinhos ficaram para serem tomados por outros; pelos amigos e parentes. Mas não mais por ele  naqueles dias tão especiais. Cada  parente  levou algumas garrafas. 
Da mesma forma, há muitas pessoas que compram as coisas para usarem num futuro, como roupas, sapatos, bolsas, perfumes... também esperam essas datas especiais para usá-las.
Um dia, olhando meu roupeiro, vi que eu estava imitando minha mãe: tinha lá roupas de 2 anos, ainda com etiqueta, sem uso. Roupas para serem usadas num dia especial, presumo. E pensei: por que isso? Até saíram de moda.
Passou um tempo, minha mãe faleceu e fui à sua casa arrumar e dar jeito em tudo. Ao abrir seu roupeiro senti tanta pena, fiquei tão machucada... quanta coisa que compramos juntas nas nossas idas aos shoppings; quantos momentos de alegria passamos escolhendo tudo aquilo! Mas estavam lá guardadas, intocáveis, e até laços cor-de-rosa enfeitavam as bonitas blusas dobradas com capricho; as roupas especiais. Mas faltou-lhe tempo!
Por que guardar as coisas para um futuro incerto? Por que não beber o melhor  vinho num dia que nos apeteça?
A partir desse fato, mudei. Hoje uso a bolsa que mais gosto nos dias mais comuns; coloco as roupas que mais gosto nos dias que quero. Comemos e bebemos  o que nos apetecer, porque o Dia Especial é aquele em que estamos vivendo. Meus dias são todos iguais. Amanhã, não tenho certeza de nada.

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49 comentários:

  1. So há uma devisa que tempos de pôr em prática " Carpe diem "
    Abraço

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  2. Beleza de texto! Concordo contigo plenamente! Minha mãe sempre teve essa mania de guardar tudo pra um dia especial e acaba que está numa clínica, sem nem saber o que foi feito das coisas especiais dela... PENA! Não tenho nada guardado! bjs, chica

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  3. Querida amiga, que ótimo ler aqui,enquanto eu lia ia sorrindo, pois sou totalmente ao contrário, tudo o que compro eu uso imediatamente, rsrs!
    Saí outro dia para repor algumas peças de roupa para a casa, ai desembalei e coloquei tudo na máquina para lavar, toalhas novas de banho, lençóis, os mais usados são os que eu guardo, rsrs, pois, é, guardo na parte mais alta do guarda roupa, pois com certeza não usarei tão cedo!
    Roupas novas também, uso tudo, digo que não deixarei nada "virgem", tudo usado!
    Hoje é "O Dia Especial"!
    Amei ler seu texto, induz à reflexão, pois nunca saberemos como será o amanhã, minha mãe quando morreu também deixou muitas roupas sem ter usado, ela gostava de guardar, dizia que era preciso ter sempre as roupas novas para ocasiões especiais!
    Dias especiais, ah, minha amiga querida, os dias especiais são os dias que estamos ainda por aqui, vivendo, amando, sentindo a vida, que é, bem rápida e passageira!
    Abraços bem apertados acompanhados de um beijo com muito carinho por você!

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  4. Oi, querida Taís Luso !
    Então, estou inserido em teu texto.
    Faço tudo o que posso, HOJE.
    AMANHÃ, se puder.
    Um fraterno abraço, vizinha.
    Parabéns pelo texto.
    Sinval.

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  5. É um excelente conselho, Taís...
    Para mim que ainda não comecei a livrar-me exaustivamente do supérfluo...
    Sei que tem que ser assim, mas dá-me uma preguicinha estranha...
    Quanto a guardar para dia especial, já não o faço... embora há peças que exigem o uso adequado.
    Uma excelente e tocante crónica baseada em testemunhos pessoais, além de que gostei de conhecer Juarez Machado... Ótimo trabalho querida Amiga.
    Beijos
    ~~~

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  6. Sem noção

    D izemos: quero deixar para meu futuro
    I ncerto talvez, porém que bastante espero
    A quilo que usufruir hoje não procuro

    E ntão, vou guardando de modo regular
    S eja vinho de boa safra ou vestimenta
    P ra numa solenidade comemorar
    E quando, talvez, eu tenha mais de sessenta
    C ada coisa, pra cada dia singular
    I gnoro este dia que se nos apresenta
    A penas não me custa pois a aguardar
    L ogo, não vejo bobagem que isso acalenta.

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  7. Olá Taisinha!
    Eu tive uma mãe que usava tudo, não guardava nada. Claro, o aparelho de jantar que ganhou de casamento, era usado em refeições especiais, sim... mas por alguns anos. Um dia, posso me lembrar como se fosse hoje, ela decidiu dar o tal aparelho de jantar. Pensou em uma instituição de caridade famosa de São Paulo. Fez a ligação e disse que eram muitas peças e se podiam trazer as caixas, para embalar. A mocinha que atendeu disse que sim e depois ela passou o endereço. Dois dias depois, um caro utilitário parou em frente a nossa casa e ela encaminhou três rapazes até o armário e eles, muito educados, foram embalando todas as peças, embrulhadas em folhas de jornal.
    Minha avó quase teve um filho, aos 70 e poucos anos e minha tia, irmã dela, quando soube, não queria acreditar. Pois é, a minha mãe deu todo o aparelho de jantar e nunca mais quis ter outro. Comprava louças em peças únicas quando precisava, pois achava que assim não se cansaria de ter que olhar sempre para os mesmos motivos florais decorados na louça. Usou tudo o que teve, nos armários e guarda-roupa. E eu cresci assim, com armários não muito cheios e usando tudo, experimentando tudo.
    Agora é claro que algumas coisinhas pedem um uso especial, momento especial. E eu acho que foi querendo se livrar de peças que pedem momentos especiais, creio eu, desejando a liberdade, que a minha mãe se livrou do aparelho de jantar tão admirado pela família.
    O desapego é a mais plena liberdade! Sejamos livres!
    Beijinhos Tais.

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  8. Pois é, Taís! Não há como não concordar com você, especial é leveza das suas crônicas. Sem adiposidades. É tudo aqui e agora, não saberemos sequer se os barqueiros vão aparecer para nos levar à outra margem. Viver é olhar pelo ângulo mais propício. É o que nos lembra até com ternura.
    Daqui a pouco estou saindo do trabalho de olho na minha adega. Lá me espera um Pinot Noir, se eu tiver alguma roupa “virgem” vai beber comigo. Não vai adiantar dizer-me: “sou abstêmio”.
    Um beijo, amiga!

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  9. Texto tão verdadeiro, tão real, tão tocante que me deixou sem fôlego, querida Taís.
    Hoje, também eu adoptei o sistema de que o tal 'Dia Especial' é este que estou vivendo agora. Por isso, não guardo sonhos para tentar concretizar um dia, não guardo aquela blusa linda que a minha filha me ofereceu no meu aniversário nem o licor que veio de uma férias no Algarve, para ser apreciado e degustado, quando tivesse amigos em casa. Bebo, e visto, e uso o 'tal' perfume quando me apetece, pois é esse o tal Dia Especial. Sozinha? Que importa? Eu sou a minha melhor companhia.

    Obrigada, Taís, por não me fazer sentir culpada!

    Um beijinho grande e grato

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  10. Um excelente texto. Nós nunca guardamos nada para dias especiais. Nós não tínhamos para o dia a dia, quanto mais para os especiais. Ainda assim lembro que minha mãe comprou com grande sacrifício, um fato completo para meu pai, e um fato de saia e casaco para ela, que guardava religiosamente para levar para a cova.
    Quando o meu pai morreu, com 92 anos, estava tão magrinho que se perdia no fato.Acabamos por lhe vestir uma das roupas que usava ultimamente. Quando a minha mãe faleceu com insuficiência renal, os líquidos no corpo dobraram-lhe o volume, e eu tive que ir comprar uma roupa que lhe servisse.
    Não pude deixar de pensar no sacrifício que ela tinha feito, para nada.
    Por isso eu não guardo nada. Nem sequer para o funeral.
    Um abraço e bom fim de semana

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  11. Querida amiga, adorei o teu texto.
    Minha mãe tinha essa noção da "roupa de domingo". Contava que quando andava na escola (na década de 20 do século passado) usava sapatos bons e as coleguinhas, que iam descalças, envergonhavam-na dizendo "ela vem para a escola com os sapatos de domingo!"
    A vida é breve... uso e abuso de tudo o que é melhor!!!
    Beijinhos

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  12. Excelente sua crônica e verdadeira,querida amiga Taís.
    Quantos guardam tudo o de melhor e novo para um futuro que muitas vezes não vem.

    Eu já aprendi há muito isso! Uso tudo que compro novo,bebo meus vinhos mais caros sem esperar grandes datas ou eventos.

    A vida é agora! O futuro a Deus pertence,como diz o ditado.

    Amei a imagem!

    Beijos sabor carinho e um fim de semana de paz e bênçãos

    Donetzka

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  13. Anônimo01:22

    Tais me has hecho retroceder en el tiempo cuando mi madre aún estaba conmigo, cuánto la recuerdo ....para ella siempre, siempre habían "días especiales", por último creaba situaciones donde pudiera reunir a sus "pollos" para festejar ...por supuesto luciendo sus traje, o blusa o que se yo...era "un día especial"...y todos festejábamos lo que fuera....ahora ella ya no está, se ha ido para siempre..., y también "esos días especiales"....solo queda el recuerdo y el gran deseo de poder volver a tener aunque sea "un solo día especial" junto a ella nuevamente.
    Muy bonito Tais. De mucho sentimiento tu presentación.
    Un beso

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  14. Oi Tais,
    Eu oro para ninguém me convidar para festas,uma quem nem posso ir mesmo, pois meu problema são os pés, tenho um quarda-roupinha só de sapatos, sandálias, chinelinho e bolsas sem uso. Roupas precisei comprar tudo outra vez, engordei muito, pois parei de fumar e virei uma porquinha.
    Mas, quando era magra usava de tudo.Não faço regime na minha idade, adoro comer e bem.
    Já fui bela e os quem nunca foram? Aí dói.
    Beijos
    Lua Singular

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  15. Es, en mi opinión, una conducta llena de sabiduría. Hay que disfrutar, en presente de todo aquello que esté a nuestro alcance, puede que lo que dejemos para mañana, no lleguemos nunca a realizarlo... la verdad es que a mis 83 años es evidente el riesgo pero también es cierto que hay cosas que me gusta guardar: los libros. Tengo cierta avaricia y ansias de acumulación, son libros ya leídos y, sin embargo, no me gusta regalarlos. Este es mi problema y tengo que confesar que algunos ni siquiera los he leído pero ahí están, quizás en algún momento pueda leerlos. Acabo de contar la misma historia. No tengo remedio. Es mi lado oscuro.

    Me ha gustado mucho ver una estrofa de mis versos traducida por usted al brasileño Ha sido un auténtico regalo. Gracias. Un abrazo. Franziska

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  16. Aqui... a especial sou eu... Não me esqueço de um lindo sapatinho branco, com um belo laço... que mamãe me fez guardar para "dia especial"... Escondida fui à sapateira e coloquei o dito cujo. Decepção... Já não me servia mais! Era criança... tinha que obedecer... Mas, hoje, o que tenho e gosto consumo aqui e agora, já que o depois... sei lá...
    Abraço.

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  17. Boa noite Taís.
    Só tenho uma calça com etiqueta que comprei como incentivo para perder peso rsrs. E já se passaram um mês e nada da calça entrar rsrs. Mas fora isso uso tudo. O dia especial é hoje, o agora. O futuro a Deus pertence. Compro e uso. Até porquê eu tenho medo de morrer e minha filha sentir por eu não ter usando. Enfim um belíssimo texto. Devemos viver usufruindo tudo o que temos. Afinal se compramos e porque gostando. Um lindo outubro. Forte abraço.

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  18. Olá Tais!
    Mais uma crónica excelente, pela pertinência do tema, a clareza da escrita, a capacidade de te fazeres ouvir, escrevendo.
    Tocou-me a alma e o coração.
    Não gostei do “meu retrato”. Sim, porque eu estou por inteiro em muitas das tuas palavras.
    Revi o filme do meu passado recente e senti tristeza pelo que descobri no roupeiro da minha mãe, e vergonha pelo que acumulo no meu.
    É ridículo o que eu guardo para os tais “dias especiais”. Mas por onde andam esses dias especiais?
    A partir de hoje, todos os meus dias serão especiais. Bastar-me á acordar para ser logo o mais especial dos dias.
    Vou vestir e calçar tudo o que tenho guardado em caixas, gavetas e armários, seja para ir à rua, seja para ir apenas do quarto para a cozinha, da cozinha para a sala.
    Vou usar as carteiras, os lenços, os chapéus, os colares, as pulseiras, os relógios, os brincos, os óculos… enfim, tudo o que amontoei e poucas (ou nenhumas) vezes usei.
    Vou, finalmente, acompanhar o simples peixe grelhado da maioria dos almoços da semana, com o vinho guardado para “aquele dia especial”.
    E usar as toalhas bordadas, que esperam na escuridão das gavetas pela luz sobre a mesa da sala de jantar.
    Tais, a tua crónica abalou-me mas o comentário da Elvira Carvalho levou-me ao chão, tal foi o abanão.
    Não me magoei. Confesso que estava a necessitar deste abanão.
    Tentei rir, para não chorar. Não resultou.
    As tuas crónicas são poderosas. Eu vou mudar!
    Beijo.

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  19. Tais, houve tempo em que eu comprava e guardava para um dia especial, hoje também já não o faço, uso logo que compro, pois o dia de Hoje é o melhor Dia.
    Beijinhos
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  20. Taisinha, tens razão sobre o vinho que se guarda para ocasiões especiais, como tantas outras coisas que são guardadas para um momento especial, que nem sequer se pode saber quando será. Então o momento especial é o presente, o agora. Abre-se o vinho da melhor procedência e de boa safra, use-se o melhor sapato, o melhor terno quando se fizer necessário, nada de ocasião especial. Lembro-me de quando tinha cinco ou seis anos e tinha em minhas mãos maçãs de boa qualidade, mas umas maiores que as outras; sozinho em frente às maçãs, perguntei-me: "quais devo comer primeiro, as maiores ou as pequenas?"; a dúvida durou pouco, logo decidi que comeria as maiores e mais bonitas maçãs, pois se morresse quando comia as menores maçãs, deixaria de aproveitar mais, comendo as maiores maçãs. A partir dessa idade nunca mais tive dúvida, escolheria sempre o que tinha de melhor para o momento presente.
    Não preciso dizer que gostei muito desta tua crônica.
    Um beijinho daqui do escritório.

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  21. Uma crónica fantástica, minha Amiga. Concordo com você. Cada dia que vivemos é um dia especial. Todas as manhãs temos uma claridade a rodear-nos o olhar. E agradecemos à Vida por preservar a fragilidade dos nossos dias...
    Uma boa semana.
    Um beijo, Tais

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  22. Cara amiga, grande cronista, Tais, eu também já fui de guardar coisas paras serem degustadas no futuro, como por exemplo, adquirir uma camisa e guardar até encontrar a gravata para aquela combinação perfeita até acabar esquecendo da dita camisa. Após os sessenta comecei mudar, inclusive, comecei a doar algumas coisas que sei que não usar. Livros, por exemplo, quando os leio e alguém pede emprestado, digo que não me devolva, mas passe para que outra pessoa ler.
    Um abração. Tenhas uma linda semana, sem ventania.

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  23. Bom dia, querida Tais, sua crônica me levou à lembrança de minha avó, pois quando fazia aniversário, nós não sabíamos o que lhe comprar de presente, pois ouvíamos sempre :- Eu tenho tudo que preciso.E quando ela faleceu, realmente foi uma tristeza a mais, pois ela tinha roupa com a etiqueta, as quias davam para abrir uma loja.
    Minha falecida mãe, também era meio de guardar as coisas, mas nem tanto. Eu estou me policiando a cada dia mais, para não repetir tão triste atitude. Tais, você é espetacular em sua escrita. Gosto de ler aqui. Beijos!

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  24. Olá querida Tais,
    "C'est la vie..." Normalmente uso tudo, "até as taças!" rs...
    Muito triste arrumar as coisas de alguém próximo que se vai, principalmente a mãe da gente, já passei por isso também 😭😭😭
    Ótimo texto como sempre!!
    Bjs. Deus abençoe.

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  25. Querida Tais, costumo dizer que, quando eu me for, os meus filhos não vão ter trabalho a arruma as coisas que a mãe deixou. Vi amigas minhas completamente " atarantadas " com tudo o que havia na casa dos pais quando o ultimo se foi; há mães que guardam toalhas de linho, lençóis bordados, colchas d3 crochet, etc, etc, pensando que um dia os filhos vão querer aquilo que para elas é muito valioso; mas o que acontece, é que os tempos mudam e aqueles bordados e linhos deixam se ser moda e os filhos acabam por ter de doar ou jogar ao lixo. Eu não guardo nada, uso tudo o que tenho e louças, roupas de cama e de banho tenho o q.b. e isso nunca me impediu de receber visitas em casa mesmo para dormir; tenho o suficiente; a minha filha casou, mas não fiz enxoval, precisamente por querer que ela compre aquilo que vai sendo novidade e que seja ela a escolher; quando ela precisa de algo para casa ela escolhe e eu pago; para quê ter dúzias de lençóis, toalhas, etc, se ela só tem duas camas e são só dois? Se eu tivesse feito o enxoval o que ela faria com os lençóis, agora que as camas ou são queen ou king size? Serviços de jantar para quê? Não tenho nenhum, mas tenho pratos lindos suficientes para juntar a familia do meu marido que é grande( uma vez no Natal, estavam aqui 23 pessoas e não faltou louça e nem toalhas de mesa. ) . Não consigo ver os armários lotados de coisas que não uso e quando algo não serve ou deixei de gostar, dou ou então, se estiver muito estragado ,jogo ao lixo. Há pessoas que conservam sem usar um ou dois pijamas e roupões para levarem para o hospital, se for necessario; não faço isso, pois penso que, se estão bons para o dia a dia também estão para isso, embora, neste caso, eu até concorde que se faça isso,, embora algumas pessoas exagerem, guardando até calcinhas . Minha amiga, por acaso sempre fui assim, mas, com o passar dos anos e com o conhecimento de casos como este que contas, mais desapegada tenho sido e " dias especiais " para mim não existem. Se tiver uma cerimónia e não tiver roupa adequada, vou à loja e compro, se não der tempo vou com a que tiver ou então desisto da festa; não compro nada a pensar num possivel evento, porque se ele não vier, ficamos com a roupa no armário a " mofar ". Sou muito prática, amiga e, por exemplo, quando vou a um casamento, procuro comprar roupa que sirva para usar noutras ocasiões, por isso nunca tenho nos armários as ditas " roupas de cerimónia " . Imagina Tais que não tenho sequer o vestido que usei no casamento do meu filho; dei-o a uma senhora que tinha uma nora que vestia o meu número. Ainda bem que sou assim, amiga; os meus filhos vão ter pouco que arrumar quando me for. Gostei muito desta crónica, aliás, todas as que escrevem tratam de assuntos que nos levam a reflectir . Também adorei ler sobre o Juarez Machado no oitro teu blog.
    Sabes o que também digo aos meus filhos? " Quando eu morrer escolham a rpoupa que vocês mais gostavam de ver em mim."
    Tais, muito obrigada pela reflexão a que nos leva este tema e desejo-te uma boa semana, usando o que de mais bonito tiveres no armário e brindadando à vida com o melhor vinho da vossa adega.. Não tenho vinhos especiais, mas todos os dias bebo um copinho do que tenho Tchim, tchim, amiga! Hoje é um dia muito especial, pois estou a " conversar " contigo. Amanhã abriremos outra garrafa, certo? Se a vida deixar, claro.
    Beijinhos para os dois.
    Emilia

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  26. Oi Taís! Passando para agradecer a tua visita e teu amável comentário com tão bela mensagem de felicitações e carinho quando da passagem do meu aniversário e dos meus dois filhos. Muito obrigado de coração.

    O meu primeiro dia especial foi nasci, em 23 de setembro de 1942. O segundo ainda não sei quando será, pois depende da vontade DELE, ELE é quem determina o final da minha missão aqui na terra. Especiais por satisfazer a vontade DELE, meu PAI.

    Esta tua bela crônica lembrou-me uma baboseira que escrevi, e diz o seguinte:

    O HOJE É MAIS SEGURO

    O ontem de hoje não retorna, é passado,
    O amanhã de hoje é incerto, é futuro.
    Prefiro o ontem do amanhã, presente e sagrado,
    Que é o hoje, não passou nem é escuro.
    O passado passou e o futuro é ignorado,
    Viver a felicidade do hoje é mais seguro.

    Beijos e uma ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado

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  27. OI TAIS!
    NÃO SEI PORQUE MAS, COSTUMO ME IDENTIFICAR COM O QUE ESCREVES, OU MELHOR, SEI SIM, É TEU TALENTO DE ENCONTRAR SEMPRE ASSUNTOS QUE FAZEM PARTE DA VIDA COM OS QUAIS NOS BRINDAS TRAZENDO-NOS RECORDAÇÕES. HOJE ME IDENTIFICO E MUITO, MINHA MÃE ERA ASSIM TAMBÉM, COMPRAVA COISAS, ROUPAS, SAPATOS E ATÉ LENÇÓIS E TOALHAS DE BANHO, ESTAS PARA QUANDO VIESSEM VISITAS E QUANDO ELA FALECEU, TIVE A MESMA SENSAÇÃO QUE TIVESTE, DE DESAMPARO E PENA E PRINCIPALMENTE DE APRENDIZADO, POIS PASSEI A ME POLICIAR PARA NÃO FAZER IGUAL E SIM, VIVER O MOMENTO E PRINCIPALMENTE SABER QUE O FUTURO É HOJE.
    UMA BOA SEMANA AMIGA.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  28. Também existia esse costume, em tempos que já lá vão, pelas terras do Douro, onde nasci. Mas sou como tu, não são para usar num dia especial, que pode que nuca chegue, mas para o dia a dia, para ser gastadas e para o meu desfrute.
    Abraços de vida, querida amiga

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  29. Amiga, ter mais idade significa ter mais experiência e aprendizagens importantes adquiridas ao longo da vida. pena que muitos não valorizam seus idosos. Mais uma linda crônica. Parabéns! Grata pelas visitas e comentários. estamos feliz com seus elogios que é uma grande contribuição ao nosso trabalho naquele espaço. Abraços, beijos no coração.

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  30. Gosto demais de vinho. Bebo desde uns quatro anos de idade, pois meu pai de origem portuguesa apreciava muito a dita bebia e ainda fazia dela, remédio - gemada com vinho acalmava a tosse e nos ministrava aos acessos de bronquite. Tomo vinho diariamente - uma taça, mas adquiro sempre os de qualidade intermediária e quando ganho um bom vinho, o tomo imediatamente a uns dias de repouso para melhorar a maciez. Aprendi que o melhor lugar para guardar um bom vinho é na memória e não na adega. Eu também, tudo que possuo, uso. Claro que não vou sair de gravata borboleta à feira, uso as melhores roupas adequada à estação e lugar ou as piores também - sou meio despojado. É muito pertinente o teu alerta. Excelente texto. Parabéns. Laerte.

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  31. Boa noite querida
    Idade,é ter maturidade e ter experiencia da vida. A você uma noite linda ... um carinho trazendo paz ... e com harmonia.

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  32. Façamos o que assopra o coração. beijos

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  33. Amigos são como as estrelas no céu. Eles são mais claros nos tempos de escuridão e quando a amizade perdura suportando a distância.
    E porque não dizer, podemos chamar de amigos, os virtuais que vence a distância para nos visitar e trazer um elogio, uma palavra amiga, um abraço... E como é maravilhoso! Quantas vezes senti que não estava só lendo seu comentário. Obrigada por sua amizade, que Jesus lhe proteja sempre e se estenda a sua família.
    Abraços da amiga Lourdes Duarte.

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  34. Penso que vamos nos dando conta disto, da importância de usufruirmos o hoje e com isto não esperarmos por dias especiais, seja com objetos, seja com alguns prazeres que podemos no ofertar. bjs

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  35. Olá Taís!
    No mundo de hoje esta tela com certeza teria um braço estendido da selfie,rsrs.
    E sua cronica me levou para uma prima em Belo Horizonte, dos presentes do casamento elas guardou vários jogos de toalhas e roupas de cama na própria embalagem para pessoas e ou datas especiais. Eis que numa viagem curta para o interior onde moravam os pais, no retorno percebeu, que a casa fora roubada e justamente o ladrão levou todas as roupas embaladas novas.Depois deste dia aprendeu a valorizar a sua felicidade e bem estar de usufruir o melhor. Muito boa com reflexão do que vale nesta vida.
    Com o tempo a gente aprende sim Taís e seria mesmo terrivel se assim não fosse.
    Outubro de todas as cores para vocês.
    Meu terno abraço.
    Bjs de paz amiga.

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  36. Já disse isto diversas vezes - gosto muito mais de mim próprio agora que tenho 53 anos do que quando tinha os vintes.

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  37. Taís sabe que eu tenho essa mania de comprar e guardar para alguma ocasião especial,principalmente se for uma roupa muito bonita,mas consigo separar muitas em bom estado para doar aqueles que precisam.
    Adorei como sempre,pois você é maravilhosa nas crônicas.
    Bjs e obrigada pela visita.
    Carmen Lúcia.

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  38. Olá, tem toda a razão, viver diariamente com todas as nossas faculdades, é viver dias especiais, assim, "Por que guardar as coisas para um futuro incerto? Por que não beber o melhor vinho num dia que nos apeteça?".
    Continuação de boa semana,
    AG

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  39. Puxa minha amiga, que bela reflexão.
    Chegar aqui no teu cantinho é privilégio.
    Hoje estava exatamente refletindo sobre isso.
    Meu esposo se foi tão inesperadamente e mesmo sendo médico não conseguio driblar um apêndice supurado.
    Então percebo como tudo é passageiro,
    o que vale? O que semeamos no bem.
    O que estamos fazendo de nós?
    De nossos momentos, nossa história?
    Por que não transformar o destino em ocasiões bem vividos?
    A vida é construída de momentos, instantes, alegrias no hoje. O amanhã pertence ao Senhor que comanda o tempo e todo o resto.
    Na verdade semeamos um amanhã cheio de interrogações, não sabemos o que pode ocorrer neste dia D. E é natural que assim seja, no entanto nesta vida o que vale como já citei são as sementes plantadas no amor.
    A hora é agora, hoje!
    Vamos amar mais, sorrir, abraçar, usar o que gostamos enfim.
    O especial é o agora, hoje, os instantes com nossas pessoas preferidas.

    Um beijo linda.

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  40. Tema importante amiga! Se todos valorizassem seus idosos, amassem mais seria evitado grandes sofrimentos. Tenha uma tarde feliz. Abraços

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  41. El mundo sería mucho mejor, apreciada Tais, si tomáramos cada mañana como el comienzo de un día especial.

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  42. Olha eu aqui, depois de uma longa ausência! Grande coisa,rs. Ora bem humorada, ora, sabia, reflexiva. Sempre mandando bem nas cronicas. Muito bom. Acho que é bem humano isso. Temos uma nostalgia de eternidade, algo intuitivo, sei lá, que nos incomoda com a ideia de finitude. Ser humano quer mais, uma vida é muito pouca, até os ditos selvagens, os índios,tem essa inquietação, inconformismo, como algo intuitivo, de supor, de esperar algo que eles não tão vendo, que ninguém ensinou. Se assim não fosse, seria uma baita sacanagem, nenhuma vantagem ter a consciência de... Beijos, Tais.

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  43. Com certeza Tais.
    Sempre compramos coisas para usar em determinadas datas, mas a verdade é que o dia já se torna especial só de estarmos vivos.

    Ótimo final de semana,
    http://mylife-rapha.blgspot.com

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  44. Tais: nunca fui de guardar as coisas para dias especiais, agora muito menos. Então, desde que um tio de quem gostava muito, solteiro, foi atropelado mortalmente, e tive que tratar de tudo, ainda se acentuou mais a noção de que tudo se pode apagar de repente.
    Bjinho

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  45. Não poderia concordar mais, com as suas palavras, Tais... e já pratico tal, com absoluta convicção... e "obrigo" a minha mãe também a fazê-lo!
    Todos os dias têm de contar... e ser o mais especiais que possam ser! Porque do amanhã... ninguém sabe como será...
    Um beijinho grande! Continuação de uma óptima semana!
    Ana

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  46. realmente esse é um blog para parar e curtir, coisa que certamente não faz parte dessa nova geração e qualidade que não estará presente quando, no futuro, olharem para esse nosso momento...

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  47. Taís:
    es lo mejor que se puede hacer: usar las cosas en el momento en que a uno le apetezca. Intento hacerlo aunque reconozco que me gusta guardar ropa y vinos para días especiales.
    Luego, pasa lo que pasa. Hace unos días le pasé a mi hijo mayor dos camisas mías... porque no me las puedo poner. ¡Y tenía la etiqueta puesta!
    Beijos e abraços.

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís