19 de novembro de 2013

O ESCRITOR E A ENGRAXATE - BONITA HISTÓRIA!


    Escritor Juremir Machado da Silva  com sua leitora

Tais Luso de Carvalho


Juremir Machado da Silva é um conceituado professor universitário, jornalista, tradutor, escritor gaúcho com 27 livros publicados, que reside em Porto Alegre. Morou em Paris, por algum tempo onde cursou Sociologia e pós-doutorado na Sorbonne.

Neste mês, um dos canais de televisão da França (FR3), veio ao Brasil para duas coisas: uma seria para acompanhar um dia da jornada de Juremir Machado em Porto Alegre, e a outra missão seria entrevistar o Ministro Joaquim Barbosa e passar com ele um dia em Brasília. Friso que estamos em novembro de 2013.

É óbvio que, pela ocasião da Feira do Livro, em Porto Alegre, o dia de Juremir seria na Feira, onde deu uma palestra sobre o ex-presidente Jango, para a uma seleta plateia onde haviam jornalistas, médicos, advogados, engenheiros, estudantes... Depois aconteceu a sessão de autógrafos – de seu último livro, Jango.

Caminhando e sendo filmado pela televisão francesa, deu-se um caso muito curioso: na praça, uma engraxate, Vera Regina Pereira da Silva, à espera de seus fregueses, estava lendo o livro Jango, sentada em sua cadeira de trabalho. Ao ver o escritor se aproximando, ficou surpresa:

O senhor é o famoso Juremir, não? Estou impressionada com o que venho descobrindo no seu livro!

Lembrei da música de Fogaça, Porto Alegre é demais! Naquele momento não imagino quem possa ter ficado mais feliz, se o escritor ou sua leitora.

Dali, o escritor dirigiu-se à sessão de autógrafos para o livro Jango. Muita gente prestigiando o escritor. Porém, duas meninas bem produzidas, corpos esculturais, com minúsculo shortinho e bustiê entraram na fila e aportaram em sua mesa para pegarem o autógrafo. Mas a surpresa é que levaram para autografar seu outro livro: A Noite dos Cabarés.

Satisfeitas e simpáticas, lá pelas tantas o escritor Juremir perguntou seus nomes e o que faziam…

Nós fazemos o mesmo que fazem as personagens do teu livro.
Como assim?
Somos Garotas de Programa!
Ah, é… Onde trabalham? (seria num cabaré?)
Na Internet.

O autógrafo estava dado, agradecimentos, e as meninas partiram satisfeitas.

Pois é, na praça - a maior Feira do Livro ao céu aberto da América do Sul -, tem de tudo um pouco: misturam-se crianças, artistas, escritores, jovens, professores e velhinhas recatadas com garotas de programa pedindo autógrafos e sentindo-se parte da festa. E isso é ótimo, o livro cumpre seu papel, é o protagonista – e sem preconceito, empresta seus sonhos e conhecimentos aos que buscam por eles. 
Torna, por momentos, a vida mais leve. Ou a vida sonhada.

Porto Alegre não é demais?





19 comentários:

  1. Que linda crônica,Taís! Deve ter sido um lindo momento esse da esgraxate com o Juremir e por lá na Feira do Livro tem mesmo de tudo. Esse ano, até uma peladona, pintada de frases e posias, cujo "objetivo" era incentivar a leitura.rs...

    Adorei te ler!beijos,chica

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  2. Por aí....vai havendo o habito da leitura....
    'Bonita história', sim....
    Beijo

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  3. Gostei demais da sua crônica, Taís e
    Os gaúchos são demais...rs
    Um beijinho carinhoso de
    Verena e Bichinhos

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  4. O livro sempre teve a condição de me transportar... sou viciada neles, e incentivo desde já meus netos, sempre renovando a biblioteca de historinhas. Imagino que genuína alegria sentiram no encontro "inusitado" - autor e leitora!
    Como sempre, bom demais passar por aqui, atualizo as emoções... ;)
    Beijos, amigaúcha querida!!!

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  5. Limerique

    Livros, autores, leitores e que tais
    Feira do Livro e seus multiculturais
    Espalha conexões
    De fatos e versões
    Essa Porto Alegre não é demais?

    Desculpe Taís, mas não resiste ao teu bordão.

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  6. Adoro a Feria do Livro, Tais. Se trata de um evento hermoso que reune mucho talento. Vivo "tapada" por livros, nunca me perdo nenguma feira do livro. e uma paixao e uma tradicao.
    Linda sua cronica, e claro: Porto Alegre seguramente e demais!!!! :)
    Beijos***

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  7. Olá Tais! Lembrei-me do tempo em que eu vendia livros e participava das feiras lá em Recife. Fiquei muito feliz com o fato da engraxate está lendo o livro. Hoje, infelizmente, a maioria dos jovens preferem as drogas. Bela crônica amiga.

    Abraços e tudo de bom pra ti e para os teus.

    Furtado.

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  8. Porto Alegre é D+++
    Curti a historia, amo esta feira do livro.

    Em tempo por favor avise a Sueli que não estou conseguindo acessar o bloguer dela.
    Bjs

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  9. Posso imaginar a alegria do escritor ao ver uma pessoa simples com seu livro e ainda manifestar aprendizado.
    Livro deveria ser assim com acesso fácil a todos os níveis.
    Belo relato amiga.
    Carinhoso abraço.
    Bjo de paz e luz amiga.

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  10. Serei muito breve, está sendo um dia bem difícil no trabalho, enfim...a melhor definição da feira, com os teus olhos fiz minha visita ( tenho medo de gente rs) . Obrigado amiga Tais.
    ps. Carinho respeito e abraço.
    ps.2 livro não é tudo, mas depois deles não tem muita coisa (apesar na internet)

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  11. Um grande evento, que acolhe pessoas de todas as idades, encantando-as, são as feiras. Creio que, para um escritor, quanto mais distante de seu cotidiano está o leitor, mais alegria ele lhe proporciona. É assim que percebe que não escreve para uma classe, mas para todos, eis que o livro desconhece diferenças sociais. Bela crônica, Tais! Bjs.

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  12. Um momento único este que nos trazes Tina. Estou emocionada... Boa vida aos livros e aos escritores que nos dão estes presentes!

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  13. Taís, é maravilhoso pensar no alcance que um livro tem, certamente, é muito prazeroso para um escritor ter um diversificado público. E feira de livro é sempre muito interessante.

    Beijos

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  14. Tais, sua crônica é emocionante, a cena da engraxate lendo, a hora dos autógrafos, enfim.....quantas emoções...quantas surpresas.As fotos também nos dão uma leitura dos acontecimentos.Imagino pobremente, a felicidade do escritor e me parece ser humilde, pois se dignou a conversar com pessoas populares.Muito feliz o assunto da sua crônica. Beijos!

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  15. Que linda crônica, Tais!
    Brilhante sua conclusão sobre o papel do livro. De fato, sua função é, entre outras, instruir, enriquecer, distrair e fazer sonhar, sem qualquer tipo de preconceito. Todos, desde que apreciem a leitura, serão sempre bem vindos ao mundo mágico da leitura.

    Parabéns! Adorei.

    Beijo e excelente final de semana.

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  16. Olá Tais!
    É muito gratificante para o escritor observar como os seus livros são apreciados. Confesso que nunca li nada deste autor mas deve ser um verdadeiro senhor, sem pairar lá no alto!!!
    Procurarei ver se encontro algo dele em Portugal.
    Um abraço amigo.
    M. Emília

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  17. Ótimo!
    vou ler o Juremir. Gostei da sua crônica, gostei da acessibilidade - virtude dos bons - do escritor.
    Aliás nada mais tolo do que a suposição de que somos mais do que os outros, sejam engraxates ou garotas de programa. Porto Alegre está de parabéns, você está de parabéns!
    Um abraço, a musa manda um beijo

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    1. Aos queridos amigos,

      Chica
      Andrade
      Pepi, Xixo,Juja, Jujuba
      Denise
      JairCLopes
      Carolina
      Rosemildo
      Bella Dourado
      Toninho
      Jair Machado Rodrigues
      Marilene
      R Vieira
      Néia Lambert
      Marli T Boldori
      Vera Lúcia
      Maria Emilia Moreira
      Antonio Machado

      Um grande abraço.
      Com carinho.

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  18. Oi Taís vim pelo link da postagem atual sobre este grande Jornalista e pude reler sobre a emoção da simples e senhora. Muito bom.
    Valeu amiga.
    Abraços

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Muito obrigada pelo seu comentário
Abraços a todos
Taís